Eram dois deus adorados pelos povos contemporâneos ao povo de Israel, ao Antigo Testamento, sobretudo pelos cananeus.
Baal,
em hebraico, significa ‘senhor’, ‘patrão’ ou ‘marido’. Contudo, na
maioria das vezes o vocábulo é usado na Bíblica como um nome próprio, em
referência a uma divindade particular, ou seja, a Adad, o deus semítico
ocidental do vento e da tempestade, o deus mais importante dos
cananeus. Apesar dessa definição, no Antigo Testamento se usa muitas
vezes o termo ‘baalim’, o plural de ‘baal’ (veja 1Reis 18,18). Isso
prova que se distinguiam diversos deuses com o nome de Baal. De fato, em
1Reis 18, no Monte Carmelo, Baal é identificado provavelmente com o
deus Melkart, deus da cidade de Tiro.
Através da Bíblia não sabemos
muito sobre Baal. A única coisa evidente era que o culto a este deus
ameaçava a fé do povo de Deus. Parece evidente, também, que o culto a
YHWH foi muito influenciado pelo culto desse Deus. De fato YWHW é o
Senhor (como Baal).
Para sabermos mais sobre Baal uma fonte
importante são os textos de Ras Shamra (Ugarit). Através deles sabemos
que uma das esposas de Baal era a deusa Astarte e outra era Asra. Baal
era filho de Dagon. Nesses textos, Baal aparece como o deus da natureza.
Alguns mitos descrevem a sua batalha contra a morte, a esterilidade e
as inundações.
Muitas vezes Baal significa simplesmente divindade e
não necessariamente um nome próprio. De fato encontramos, muitas vezes,
um adjetivo que qualifica o substantivo: Baal-berith (senhor da
aliança); Belzebu (senhor das moscas), etc.
Quem você chama “astarote” é normalmente conhecida como Astarte,
do grego. Em hebraico, transliterado, temos Ashtoreth (em ugarítico
‘Attart e em acádico As-tar-tu). Era adorada sobretudo na região do
atual Líbano (Tiro, Sidão e Biblos), pelos cananeus (veja 1Reis 11,5),
mas também em Malta, Sardenha, Sicília, Cipre e Egito. No mundo latino
foi identificada com Vêneris; no Egito com Ísidis. Em época helenística
foi identificada com Afrodite ou com a deusa Síria. Tinha como símbolos o
leão, o cavalo, a esfinge e a pomba. Era a deusa da fertilidade, do
amor e da guerra.
Aparece diversas vezes no Antigo Testamento e o
vocábulo hebraico usado reconduz ao termo hebraico “vergonha”, mostrando
o juízo negativo do povo hebraico em relação ao culto dessa deusa.
Aparece também o uso plural, ‘asterot, que indica as várias divindades
femininas estrangeiras, assim como ba‘alim, termo que sintetiza as
divindades masculinas.
Apesar da condenação unânime contra o culto
aos deuses pagãos, parece que os hebreus, logo depois da conquista da
terra, adotaram o seu culto, abandonando a YHWH (Juízes 2,13; 10,6).
Parece inclusive que no tempo de Samuel o seu culto fosse praticado de
forma ampla (1Samuel 7,3seguintes; 12,10), tendo inclusive a aprovação
do rei Salomão (1Reis 11,5; 2Reis 23,13). Quando o rei Saul foi morto
pelos filisteus, as suas armas foram levadas ao seu templo (1Samuel
31,10).
Às vezes o nome de Astarte é substituito pelo de Aserá, outra divindade feminina do mesmo carácter (Juízes 3,7; 2Reis 23,4).
Quanto ao culto
desses deuses, não existe uma descrição especial das ações prestadas.
Provavelmente muitos sacrifícios que eram dedicados a eles passaram a
ser dedicados a YHWH, como as ofertas de frutas, os primogênitos dos
animais e também os holocaustos.
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