Uma crítica sobre a superstição em torno da onomatomancia
Já vem de longe a superstição de que o nome pode exercer influência no
caráter e no destino da pessoa, ou seja, do seu portador. É bem
conhecida de todos a expressão proverbial dos romanos que diz: nomen est
omen, isto é , “o nome é um algúrio”.
A importância que os
antigos conferiam aos nomes próprios foi, a princípio, muito razoável,
porém, degenerou-se bem depressa numa idéia supersticiosa. Persuadidos
de que havia um poder misterioso em cada nome e de que os nomes tinham
uma influência direta sobre aqueles que os usavam, começaram a ter um
grande cuidado para escolher alguns cujas significações fossem de feliz
sorte”.
A Igreja Romana, com base nessas superstições, exerceu
influência considerável sobre os fiéis no momento em que estes buscavam
um nome para impor aos seus filhos: “Ela [a igreja católica] empenhou-se
sempre, desde os primeiros tempos, para que seus fiéis tivessem nomes
santificados”.
Sobre esse assunto, assim se expressa R. Bluteau:
“No sacramento do batismo, a imposição do nome é uma espécie de
advertência para a perfeição da vida, à qual os padrinhos devem dispor
os afilhados, para que um dia tenham seus nomes escritos no livro da
vida e componham o número daqueles citados pelo apóstolo Paulo, cujos
nomes estão no livro da vida…”
Infelizmente, essa crendice tem
sido amplamente propagada até mesmo no meio evangélico. Muitos cristãos
sinceros, por desconhecerem as doutrinas basilares do cristianismo e
ignorarem seus textos áureos (2Co 5.17; Gl 3.10-13; Ef 1.3), têm
aceitado, passivamente, essa heresia supersticiosa.
Segundo os
apologistas dessa “superstição”, existem nomes próprios que trazem
prognósticos negativos pelo fato de estarem carregados de maldição.
Nomes como Jacó, Mara, Cláudia e Adriana são comumente citados pelos
supersticiosos como sinônimo de mau presságio. Crêem que os mesmos
trazem consigo um prognóstico negativo para o seu portador, por conta da
carga de maldição que carregam. Jacó, justificam, significa
“enganador”; Mara, “amarga, amargura”; Cláudia, “coxa, manca”; e
Adriana, “deusa das trevas”.
Essas declarações iniciais são
bastante significativas para conhecermos melhor essa prática
antibíblica, cujas raízes estão nos cultos e crenças do paganismo. É bem
verdade que existem alguns nomes que, por causa de sua conotação
ridícula, devem ser evitados, a fim de que o seu portador não seja
exposto a situações vexatórias, irônicas, depreciativas. Mas evitar um
nome por atribuir-lhe um poder misterioso, que lhe anda anexo, capaz de
prever o futuro do seu portador, é cair no engano da superstição e
mergulhar num mar de conceitos antibíblicos.