terça-feira, 28 de agosto de 2012

A GUERRA DOS SEIS DIAS


Em junho de 1967, Israel invadiu a Faixa de Gaza, a península do Sinai no Egito, a Cisjordânia e as colinas de Golã na Síria, tornando-se, assim, uma potência ocupante e marcando o início de um conflito relâmpago cujas conseqüências perduram depois de 40 anos.


A denominada Guerra dos Seis dias mudou radicalmente o rosto do Oriente Médio e deu uma nova dimensão à questão palestina e às relações entre Israel e seus vizinhos.
Nas semanas e nos meses que antecederam a guerra, o Egito tinha bloqueado o Estreito de Tiran, impedindo o abastecimento de Israel pelo Mar Vermelho. Além disso, grupos armados palestinos atentaram contra os sistemas de irrigação no norte do país hebreu. Quatro comandos sírios foram interceptados em Israel.
Em 5 de junho de 1967, às 7H10, o exército israelense começou a ofensiva. Em cerca de 30 minutos, 200 caças-bombardeiros cercavam os ares e os blindados se dirigiam às zonas fronteiriças do Egito e Síria.
O primeiro-ministro de Israel, Levy Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: "Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que seu país nos ataque".
O ataque jordaniano começou pouco depois do começo das hostilidades israelenses, atingindo Jerusalém, assim como localidades costeiras próximas a Tel Aviv. Esta intervenção acabou por provocar a invasão da Cisjordânia por parte do exército do Estado hebreu no terceiro dia de conflito.
A guerra terminou em 10 de junho. Além da Cisjordânia e do Leste de Jerusalém, Israel passou a ocupar as colinas de Golã na Síria e o monte Hermón - que fazia parte do território libanês e do sírio -, o Sinai e a Faixa de Gaza, até então sob ocupação egípcia.
O mundo árabe ficou abalado. O presidente egípcio Gamal Abdel Nasser foi derrotado e o desconcerto tomou conta da Síria e a Jordânia. Foi o fim do pan-arabismo e a aparição das primeiras sementes do islamismo, que se tornou uma alternativa para uma grande quantidade de mulçumanos na região e nos seus arredores.
Israel, entorpecido pela vitória, foi acometido por uma euforia sem precedentes.
"Existia esta percepção de invencibilidade e de retorno às origens da história judaica", garantiu Ilan Greilsammer, um cientista político israelense.
Este sentimento era baseado no messianismo. Os judeus "regressaram" aos lugares bíblicos: o muro das Lamentações foi anexado, assim como a Caverna dos Patriarcas em Hebron e o túmulo de José, em Nablus.
E a intenção israelense era permanecer apesar da resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU que exigia a retirada de Israel dos territórios ocupados.
Neste clima, nasceu o movimento de colonização, que em setembro de 1967 deu impulso à criação do primeiro assentamento na Cisjordânia: o Kfar Etzion, que ocupou o lugar de um velho kibutz (cooperativa agrícola), evacuado durante a guerra de 1948.
Desde então, 260.000 colonos estabeleceram 150 assentamentos na Cisjordânia. Em agosto de 2005, 8.000 deveriam ter se retirado da Faixa de Gaza por ordem do então primeiro-ministro Ariel Sharon.




GUERRA DO YOM KIPPUR
 Em 1970, morreu no Egito o presidente Nasser. Seu sucessor, Anuar Sadat, imprimiria uma política mais pragmática. Sua preocupação inicial foi recuperar os territórios perdidos para Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Com esse objetivo, o Egito e a Síria arquitetaram uma nova ofensiva militar contra Israel.
O ataque foi em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur, ou Dia do Perdão. A Guerra do Yom Kippur começou com uma ampla vantagem para os árabes. A Síria conseguiu recuperar as Colinas do Golã, ao passo que o Egito tomou de volta um trecho da península do Sinai. Os israelenses reverteram à situação com a ajuda dos Estados Unidos. Depois de duas semanas, o exército de Israel já havia retomado as colinas do Golã e do Sinai, com exceção de uma estreita faixa junto à margem oriental do canal de Suez.
O fim da guerra do Yom Kippur trouxe importantes modificações no tabuleiro geopolítico do Oriente Médio. O Egito esfriou suas relações com a União Soviética e partiu para uma aproximação com os norte-americanos. A Síria, ao contrário, aprofundou os laços com Moscou. Desde 1971 o país era governado pelo jovem oficial Hafez al-Assad, um nacionalista de "linha dura" que misturava elementos do socialismo e da ortodoxia islâmica.
IMPÉRIO BIZANTINO
O Império Bizantino foi herdeiro do Império Romano do Oriente tendo sua capital em Constantinopla  ou Nova Roma. Durante o seu período de existência, o grande governante que teve em sua região foi Justiniano, um legislador que mandou compilar as leis romanas desde a República até o Império; combateu as heresias, procurando dar unidade ao cristianismo, o que facilitaria na monarquia.
Internamente enfrentou a Revolta de Nika (fruto da insatisfação popular contra a opressão geral dos governantes e aos elevados tributos), já no aspecto externo realizou diversas conquistas, pois tinha o objetivo de reconstruir o antigo Império Romano. Contudo, esse império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um dos Estados mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. É importante ressaltar que o Império Bizantino ficou conhecido por muito tempo por Império Romano do Oriente. No entanto, este não foi capaz de resistir à migração ocorrida por germanos e por hunos, o que acabou por fragmentar em reinos independentes.
Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. Destacando-se três governadores durante todo império: Constantino (fundador de Constantinopla); Teodósio (dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante o seu governo atingiu o apogeu da civilização bizantina. Pois, teve uma política externa; retomou vários territórios; modificou aspectos do antigo Direito Romano (o Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a construção da Igreja de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico.
Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia com intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais, durante o período denominado por Império Bizantino, a economia era bastante movimentada, principalmente no comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo que, o seu controle deu-se por Constantinopla até o século XI.
A sociedade urbana demonstrou enorme interesse pelos assuntos religiosos, facilitando o surgimento de heresias, como por exemplo, a dos monofisistas e dos iconoclastas, e de disputas políticas.
No âmbito religioso, as heresias deram-se através do arianismoque negaram a Santíssima Trindade; além do caso do arianismo, teve ainda, a questão monofisista, esta nega a natureza humana de Cristo, afirmando que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de independência por parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos.
Durante o período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega.

IMPÉRIO ARABE
Introdução 
O Império Árabe teve sua formação a partir da origem do islamismo, religião fundada pelo profeta Maomé. Antes disso, a Arábia era composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos. Apesar de falarem a mesma língua, estes povos possuíam diferentes estilos de vida e de crenças. Os beduínos eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (feitas com o pêlo). Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região. Já as tribos coraixitas, habitavam a região litorânea e viviam do comércio fixo.Expansão do islamismo e a formação do império 
Foi após a morte do profeta, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta união, impulsionada pela doutrina religiosa islamita, foi iniciada a expansão do império árabe.  Os árabes foram liderados por um califa, espécie de chefe político, militar e religioso.
Os seguidores do alcorão, livro sagrado,  acreditavam que deveriam converter todos ao islamismo através da Guerra Santa. Firmes nesta crença, eles expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia, Síria, Omã, Egito e Palestina. Em 711, dominaram grande parte da península ibérica, espalhando sua cultura pela região da Espanha e Portugal. Em 732, foram vencidos pelos francos, que barraram a expansão deste povo pelo norte da Europa. Aos poucos, novas dinastias foram surgindo e o império foi perdendo grande parte de seu poder e força. 
Expansão da cultura árabe 
Durante o período de conquistas, ampliaram seu conhecimento através da absorção das culturas de outros povos, levando-as adiante a cada nova conquista. Foram eles que espalharam pela Europa grandes nomes como o de Aristóteles e também outros nomes da antiguidade grega. Eles fizeram ainda importantes avanços e descobertas médicas e cientificas que contribuíram com o desenvolvimento do mundo ocidental. 
No campo cultural, artístico e literário deixaram grandes contribuições. A cultura árabe caracterizou-se pela construção de maravilhosos palácios e mesquitas. Destacam-se, nestas construções, os arabescos para ilustração e decoração. A literatura também teve um grande valor, com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões.

As Causas das Cruzadas

A população da Europa Medieval possuía mentalidade profundamente religiosa; vivia apegada a superstições e profecias que prenunciavam o fim do mundo. Eles acreditavam que os problemas que estavam acontecendo eram causados pela ocupação do túmulo de Cristo (o Santo Sepulcro na Terra Santa, ou Jerusalém) pelos mulçumanos. Portanto, em sua mentalidade, a solução para seus problemas era acabar com o poder islâmico sobre a região. Além disso, a Igreja pregava aos fiéis que se lutasse contra a ocupação da Terra Santa estariam agradando a Deus e conquistando um lugar no paraíso.
As Cruzadas representavam vantagens para a nobreza secundogênita, uma vez que apenas os primogênitos teriam direito de herança sobre a terra e os bens da família. Assim, os movimentos cruzadistas davam a esses nobres a chance de possuir terras, motivando-os a lutar contra os "infiéis".
A explosão demográfica foi outro fator para que ocorressem as expedições. A necessidade de obter terras para diminuir a pressão populacional na Europa foi decisiva o início do movimento.
Além disso, a Igreja queria diminuir a violência que era comum na Idade Média e estava presente em festas e banquetes com o intuito de divertir. Para isso, o clero decidiu redirecionar essa violência para causas mais "úteis". No caso, expulsar os mulçumanos de Jerusalém.
Os europeus tinham interesse também nos produtos orientais: especiarias (pimenta, cravo, canela, etc.), tecidos, jóias, etc.

1ª Cruzada (1095-1099)

Convocada, na França, como uma guerra santa, pelo papa Urbano II. Teve inicio efetivamente com a partida rumo à Jerusalém em 1096. Obtiveram sucesso, conquistaram a Terra Santa, o principado de Antioquia, e os condados de Trípoli e Edessa, ficando estes praticamente independentes do rei de Jerusalém. Os expedicionários fundaram vários "Estados" no Oriente Próximo, conhecidos, então, pela denominação de Outremer, ou seja, "Além mar". Esses "Estados" estavam organizados segundo os padrões feudais.

2ª Cruzada (1147-1149)

Foi estimulada por São Bernardo, em vista da retomada, pelos islâmicos, da cidade de Edessa. O fracasso só não pode ser considerado pleno, porque Lisboa acabou sendo conquistada dos muçulmanos pelos soldados cruzados que saíram de Flandres e da Inglaterra em direção à Palestina. O resultado ali obtido foi de fundamental importância para a formação do Reino de Portugal. Fora isso, também, conseguiu os cruzados normandos conquistar aos infiéis, possessões anteriormente pertencentes ao Império Bizantino, Corfu, Corinto e Tebas. Na Segunda Cruzada não houve aquele calor ardente nem o empenho da primeira, como conseqüência suas forças pereceram na Ásia Menor e as que alcançaram à Palestina sofreram grave derrota em 1148, quando intentavam tomar Damasco. Foi um desastre total deixando profundo ressentimento no Ocidente contra o Império do Oriente em face do insucesso.

3ª Cruzada (1189-1192)

Decidida pelo papa Gregório VIII, essa Cruzada foi organizada depois que o sultão Saladino retomou Jerusalém, a Cidade Santa. Teve a participação de Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra; do imperador Frederico Barbarossa, ou Barba-Ruiva, do Sacro Império Romano Germânico; e Filipe Augusto, de França. Essa Cruzada ficou conhecida como a Cruzada dos Reis. Nela Frederico Barba-Ruiva, então com 67 anos, morreu afogado e Ricardo Coração de Leão assinou com Saladino um acordo que permitia aos cristãos peregrinar com segurança até Jerusalém.

4ª Cruzada (1202-1204)

A Quarta Cruzada teve grandes conseqüências políticas e religiosas. Em vez de se dirigirem para a Terra Santa, que era o ponto crucial, do conflito entre cristãos e mulçumanos, resolveu se deslocar na direção de Constantinopla. O papa Inocêncio III não gostou desta idéia e proibiu este desvio do propósito inicial, que tinha como meta derrubar o Imperador Aleixo III. Tudo isto por causa da promessa de Aleixo, filho do deposto Isaque II, que prometeu aos cruzados bom pagamento pelo auxílio para que assumisse o Império. O imperador foi derrubado, mas Aleixo não conseguiu cumprir suas promessas, motivo pelo quais os cruzados tomaram Constantinopla em 1204 e saquearam seus tesouros. As relíquias das igrejas foram as mais visadas. O Império Oriental foi dividido. Balduíno de Flandres foi feito imperador e um patriarca latino foi nomeado papa. Esta conquista latina tornou-se um desastre porque enfraqueceu o Império Oriental e agravou o ódio entre a cristandade grega e latina.

A Cruzada das crianças (1212)

Constituída por crianças e adolescentes que acreditavam estarem possuídas do poder Divino e, por isso, alcançariam com facilidade e sucesso a posse de Jerusalém. Multidões de crianças e jovens partiram da França e do Sacro Império em direção aos portos do litoral, querendo dali embarcar em direção à Palestina. Teve fim trágico, pois, além de muitos perecerem na viagem, assim que alcançaram o porto de Alexandria, no Egito, foram vendidos, pelos mercadores de Marselha, como escravos para os muçulmanos.

5ª Cruzada (1217-1221)

Essa Cruzada ficou conhecida pelo completo fracasso que conseguiu. Chefiada primeiro por André II, rei da Hungria e depois por João Brienne, não conseguiu suportar as enchentes do rio Nilo, no Egito, e viu-se obrigada a desistir de seus objetivos. Era constituída por austríacos, cipriotas, francos da Síria, frísios, húngaros e noruegueses. Foi motivada pela decisão de Inocêncio III em tomar uma fortaleza muçulmana existente sobre o monte Tambor, no Egito.

6ª Cruzada (1228-1229)

A Sexta Cruzada teve como líder o Imperador Frederico II que partiu em 1227, adoeceu e retornou. Ao chegar o Papa Gregório IX o considerou desertor e, tendo outros motivos para hostilizá-lo, o excomungou. Em 1228 partiu novamente e no ano seguinte, assinou um tratado feito com o sultão do Egito, obteve a posse de Jerusalém, Belém, Nazaré e um ponto da costa. Jerusalém ficou em poder dos cristãos novamente. Mas, em 1244 foi definitivamente perdida mais uma vez. Quando o espírito das Cruzadas estava morrendo o Rei Francês Luís IX, levou uma expedição desastrosa contra o Egito. Foi preso e num ataque em Túnis em 1270 foi morto.


7ª Cruzada (1248-1250)

Foi organizada a partir de pregação de Inocêncio IV feita no Concílio de Lyon (1245). Teve por comandante Luís IX, de França. Também enfrentou problemas com as cheias do Nilo, onde se debateu e foi eliminada pelo tifo. Luís IX acabou capturado na derrota que sofreu em Mansurá e seus correligionários, para reavê-lo, submeteram-se a pagar um pesado resgate de 500 mil moedas de ouro.

8ª Cruzada (1270)

Também foi comandada por Luís IX. A situação no Oriente Próximo apresentava-se bem mais complicada que em qualquer outro período anterior às demais Cruzadas. As ordens religiosas cristãs existentes na região para defendê-la e auxiliar os peregrinos encontravam-se em discórdia umas com as outras. Os turcos encontravam, além de desunidos, enfrentando a ameaça de outro poderoso inimigo: os mongóis chefiados por Gêngis Khan. Por outro lado, os cristãos estavam sendo atacados e conduzidos em direção ao mar Mediterrâneo pelos muçulmanos seldjúcidas, ou mamelucos, do Egito. Nem bem desembarcou em Túnis, Luís IX veio a falecer devido à peste. Devido, entre outras coisas, a sua abnegação, Luís IX, mais tarde, passou a ser conhecido como São Luís.
Conclusão
Considerando pelos objetivos as cruzadas foi um fracasso. Não conquistaram de modo permanente a Terra Santa. Não se tem certeza de ter evitado o avanço do Islamismo. O seu custo foi muito caro em vidas e em bens. Acredita-se que as cruzadas motivaram o crescimento da Europa, principalmente no comércio das cidades ao Norte da Itália e a grande rota comercial dos Alpes e do Reno cresceram de importância. A rica civilização do Oriente contribuiu para o enriquecimento da cultura européia. Por toda a Europa houve melhora do desenvolvimento intelectual. O desenvolvimento teológico através do escolaticismo se desenvolveu. A Igreja presenciou muitos movimentos religiosos populares. As universidades se desenvolveram. Grande desenvolvimento na literatura vernácula e artística. A Europa no período das Cruzadas despertou-se e iluminou-se se comparada com séculos anteriores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário