Vento. A palavra hebraica ruach tem amplo alcance semântico. Pode significar "sopro", "espírito" ou "vento", É empregada em paralelo com nephesh. O significado básico de nephesh é "ser vivente", ou seja, tudo que tem fôlego. A partir daí, seu alcance semântico desenvolve-se ao ponto de referir-se a quase todos os aspectos emocionais e espirituais do ser humano vivente. Ruach adota parte do alcance semântico de nephesh. Por isso, em Ezequiel 37.5-10, achamos ruach traduzido como "espírito", ao passo que, em 37.14, Yahweh explica que porá em Israel o seu ESPÍRITO. A palavra grega pneuma tem um alcance semântico quase idêntico ao de ruach. O vento, como símbolo, fala da natureza invisível do ESPÍRITO SANTO, conforme revela João 3.8. Podemos ver e sentir os efeitos do vento, mas ele próprio não é visto. Atos 2.2 emprega poderosamente o vento como figura de linguagem, para descrever a vinda do ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste (Podemos ver a ação do ESPÍRITO SANTO, mas não podemos vê-lo). Água. A água, assim como o fôlego, é necessária ao sustento da vida. JESUS prometeu rios de água viva, "e isso disse ele do ESPÍRITO" (Jo 7.39). O fôlego e a água, tão vitais na hierarquia das necessidades físicas humanas, são igualmente vitais no âmbito do ESPÍRITO. Sem o fôlego vivificante e as águas vivas do ESPÍRITO SANTO, nossa vida espiritual não demoraria a murchar e a ficar sufocada. A pessoa que se deleita na Lei (heb. torah - "instrução") de Yahweh e nela medita de dia e de noite é "como a árvore plantada junta a ribeiros de águas... cujas folhas não caem" (SI 1.3). O ESPÍRITO da Verdade flui da Palavra como águas vivas, que sustentam e refrigeram o crente e o revestem de poder (Uma cachoeira - água em movimento - produz energia elétrica que ilumina toda uma cidade). Fogo. O aspecto purificador do fogo é refletido claramente em Atos 2. Ao passo que uma brasa tirada do altar purifica os lábios de Isaías (6.6,7), no dia de Pentecoste são "línguas de fogo" que marcam a vinda do ESPÍRITO (At 2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no ESPÍRITO SANTO. O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontra-se no pronunciamento - ou profecia - de João Batista: "Ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará" (Mt 3. 11, 12; ver também Lc 3.16,17). As palavras de João Batista aplicam-se mais diretamente à separação entre o povo de DEUS e os que têm rejeitado a Ele e ao Messias. Os que o rejeitaram serão condenados ao fogo do juízo.15 Por outro lado, o fogo ardente e purificador do ESPÍRITO da Santidade também opera no crente (1 T s 5.19). (O fogo aqui pode significar o dom do ESPÍRITO que muitas vezes vem junto com o batismo em si) Óleo. Pedro, em seu sermão diante de Cornélio, declara: "DEUS ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO e com virtude" (At 10.38). Citando Isaías 61.1,2, JESUS proclama: "O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres" (Lc 4.18). Desde os primórdios, o azeite é usado primeiramente para ungir os sacerdotes de Yahweh, e depois, os reis e os profetas. O azeite é o símbolo da consagração divina do crente para o serviço no reino de DEUS. Em 1 João, os crentes são advertidos a respeito dos anticristos: E vós tendes a unção do SANTO e sabeis tudo... E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis (1 Jo 2.20,27). (A unção com óleo sobre os enfermos traz uma ação curadora do ESPÍRITO SANTO). Receber a unção do ESPÍRITO da Verdade, que faz brotar rios de águas vivas no mais íntimo do nosso ser, reveste-nos de poder para servir a DEUS. Na simbologia do ESPÍRITO SANTO, a água e o óleo (azeite da unção) realmente se misturam! Pomba. O ESPÍRITO SANTO desceu sobre JESUS na forma de uma pomba, segundo o relato dos quatro evangelhos.16 A pomba é arquétipo da mansidão e da paz. O ESPÍRITO SANTO habita em nós. Ele não toma posse de nós, mas nos liga a si mesmo com amor, em contraste às correntes dos hábitos pecaminosos. Ele é manso e, nas tempestades da vida, produz paz. Mesmo ao lidar com os pecadores, Ele é suave, conforme se vê quando conclama a humanidade à vida, no belo, porém tristonho, apelo que se encontra em Ezequiel 18.30-32: "Vinde e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniqüidade não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós um coração novo e um espírito novo, pois por que razão morreríeis...? Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová convertei-vos, pois, e vivei". Os títulos e símbolos do ESPÍRITO SANTO são chaves para o entendimento de sua obra em nosso favor. Vamos usá-Ias como palavras chaves no estudo da obra do ESPÍRITO SANTO.
Nomes e Títulos do ESPÍRITO SANTO (SILVA, S. P. da. A Existência e a Pessoa do ESPÍRITO SANTO. Rio de Janeiro, CPAD) I - Seus Nomes e Títulos Vários nomes e títulos são dados ao ESPÍRITO SANTO nas Escrituras, que descrevem a natureza profunda do seu Ser. O nome traduz a natureza do ser que o carrega. O título expressa sua fama e reputação. Além dos nomes e títulos conferidos ao ESPÍRITO SANTO são também usados pronomes pessoais, para que a imaginação humana possa concebê-lo como realmente é. Os escritores do Antigo e do Novo Testamento e milhões de outras testemunhas afirmam a existência real do ESPÍRITO SANTO, como sendo de fato uma Pessoa. É impossível que milhões de pessoas tenham combinado mentir por uma extensão de séculos. Todas elas, desde os mais remotos tempos, têm afirmado a mesma coisa: o ESPÍRITO SANTO existe, e é uma Pessoa real. Com efeito, fosse Ele uma simples influência, sopro ou vento, os milhões de depoimentos se teriam desfeito em contradições. Ele é, como já vimos, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em toda a extensão do Novo Testamento, que marca exatamente a era do ESPÍRITO em sua plenitude, faz-se alusão a Ele em termos coloquiais, como "esse" (e não isso) e "aquele" (e não aquilo). Os pronomes e apelativos são largamente usados para descrever sua existência e personalidade: EU - "E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o ESPÍRITO SANTO: Eis que três varões te buscam. Levanta-te pois, e desce, e vai com ele, não duvidando; porque eu os enviei" (At 10.19,20). ELE - "E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo" (Jo 16.8). AQUELE - "Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26). OUTRO - "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14.16). ESSE - "O ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas" (Jo 14.26). Cada nome ou título do ESPÍRITO SANTO descreve a natureza de sua existência e caráter. Alguns destes nomes e títulos descrevem a sua natureza propriamente dita; outros, a sua obra; outros ainda, sua manifestação. O ESPÍRITO (simplesmente) - "Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS" (1 Co 2.10). O ESPÍRITO DE DEUS - "E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2). O ESPÍRITO DO DEUS VIVO - "Porque já é manifestado que vós sois a carta de CRISTO, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o ESPÍRITO do DEUS Vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração" (2 Co 3.3). O ESPÍRITO DO SENHOR DEUS - "O ESPÍRITO do Senhor DEUS está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos" (Is 61.1). O ESPÍRITO DO SENHOR - "E, quando saíram da água, o ESPÍRITO do Senhor arrebatou a Filipe, e não viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho" (At 8.39). O ESPÍRITO DE VOSSO PAI - "Porque não sois vós quem falará, mas o ESPÍRITO de vosso Pai é quem fala em vós" (Mt 10.20). O ESPÍRITO DE CRISTO - "Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o ESPÍRITO de CRISTO, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a CRISTO haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir" (1 Pe 1.11). O ESPÍRITO DE JESUS CRISTO - "Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do ESPÍRITO de JESUS CRISTO, segundo a minha intensa expectação e esperança..." (Fl 1.19,20). O ESPÍRITO DE JESUS - "E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o ESPÍRITO de JESUS não lho permitiu" (At 16.7). O ESPÍRITO DE SEU FILHO - "E, porque sois filhos, DEUS enviou aos nossos corações o ESPÍRITO de seu Filho, que clama: Aba, Pai" (Gl 4.6). O ESPÍRITO DE ARDOR - "Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião, e limpar o sangue de Jerusalém do meio dela, com... o ESPÍRITO de ardor... e haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia" (Is 4.4,5). O ESPÍRITO DE SÚPLICAS - "E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o ESPÍRITO... de súplicas..." (Zc 12.10). O ESPÍRITO DE ADOÇÃO - "Porque não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o ESPÍRITO de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15). O ESPÍRITO DA PROMESSA - "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, foste selado com o ESPÍRITO da promessa; o qual é o penhor da vossa herança..." (Ef 1.13,14). O ESPÍRITO DE VIDA - "Porque a lei do ESPÍRITO de vida, em CRISTO JESUS, me livrou da lei do pecado e da morte" (Rm 8.2). O ESPÍRITO DE VERDADE - "Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele ESPÍRITO de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim" (Jo 15.26). O ESPÍRITO DA GRAÇA - "De quanto maior castigo cuidais vos será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de DEUS, e tiver por profano o sangue do testamento, como foi santificado, e fizer agravo ao ESPÍRITO da graça?" (Hb 10.29). O ESPÍRITO DA GLÓRIA - "Se pelo nome de CRISTO sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o ESPÍRITO da glória de DEUS" (1 Pe 4.14). O ESPÍRITO DE REVELAÇÃO - "Para que o DEUS de nosso Senhor JESUS CRISTO, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o ESPÍRITO... de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento..." (Ef 1.17,18). O ESPÍRITO ETERNO - "Quanto mais o sangue de CRISTO, que pelo ESPÍRITO eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao DEUS vivo" (Hb 9.14). O ESPÍRITO DE SANTIFICAÇÃO - "Declarado Filho de DEUS em poder, segundo o ESPÍRITO de santificação, pela ressurreição dos mortos, JESUS CRISTO Nosso Senhor" (Rm 1.4). O ESPÍRITO SANTO - "Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26).

4. Orvalho "Assim pois te dê DEUS do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto" (Gn 27.28). Encontramos, no Antigo Testamento, cerca de 34 referências sobre o orvalho, como sendo um refrigério adicional à escassez das chuvas temporã e serôdia. Era necessário durante o período de estiagem, para revigoramento da erva e da relva (Dt 32.2). Tornou-se assim, um símbolo do ESPÍRITO SANTO, por cair gradualmente e, algumas vezes, de maneira imperceptível nos corações humanos. Onde cai o orvalho, ali DEUS ordena a bênção e a vida para sempre (Sl 133.3), trazendo prosperidade à alma sob a influência do ESPÍRITO SANTO, como gotas copiosas.
5. Vento "O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do ESPÍRITO (Jo 3.8). Os ventos sempre trazem consigo as características dos lugares de onde vêm. Assim podemos descobrir, através de nosso sistema sensível, os ventos quentes e os frios, os úmidos e os secos. Para sabermos se estamos caminhando em direção a terra ou em direção ao mar, basta parar um pouco ao cair da noite e analisar a direção do vento. Os ventos mais importantes para esse tipo de orientação são os alísios. Os ventos alísios são carregados de umidade, pois vêm dos oceanos. Pela madrugada, as brisas continentais (ventos que sopram da terra para o mar) tornam-se mais essenciais para orientação. Assim, é fácil saber se as brisas estão soprando para o mar ou para a terra. A pressão depende da temperatura, e os ventos, dos diferentes níveis de pressão. Assim, de madrugada a terra está mais "fria" que a água, o que significa maior pressão atmosférica sobre a terra. Por isso, o vento sopra do continente para a água. À tarde, ou ao cair da noite, a água está menos quente que a terra, o que quer dizer maior pressão do ar sobre a água. Assim o diz a ciência, e assim acontece com o soprar do ESPÍRITO SANTO em nossas vidas. Se Ele sopra "suave", está indicando a direção traçada por DEUS a favor de seus filhos, numa rota onde a calma e a tranqüilidade nos esperam (cf. Gn 8.1). Se Ele sopra "veemente e impetuoso", como no dia de Pentecoste, é sinal evidente de sua presença com manifestações de poder (At 2.1-4; Hb 2.4). Se Ele sopra apenas com "gemidos inexprimíveis", está nos alertando de perigos iminentes (cf. Rm 8.26; Hb 3.7,8). Esses movimentos do ESPÍRITO SANTO são completamente desconhecidos para o pecador. Por isso JESUS instruiu Nicodemos, um mestre do primeiro século de nossa era, acerca do "movimento" produzido pelo ESPÍRITO SANTO neste mundo. Então o Mestre disse: "O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes [Nicodemos é que não sabia] donde vem, nem para onde vai". Assim, Nicodemos não sabia também do movimento operado pelo ESPÍRITO SANTO, que produz a regeneração do homem, porque isso se "discerne espiritualmente" (Jo 3.8; 1 Co 2.14). 6. Óleo "Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade; por isso, DEUS, o teu DEUS, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros" (Hb 1.9). Na Bíblia, o azeite da unção era usado somente para consagração de pessoas de grande poder, tais como reis (1 Sm 10.1; 16.13), sacerdotes (Lv 8.30) e profetas (1 Rs 19.16; Is 61.1). Também eram ungidos com óleo os escudos dos ilustres guerreiros, numa demonstração de honra (2 Sm 1.21; Is 21.5). O tabernáculo e seus móveis foram também ungidos (Êx 30.22-33), e os enfermos eram muitas vezes ungidos com azeite, para que sua fé aumentasse e seus pecados fossem perdoados (Mc 6.13; Tg 5.14,15). Mas parece que o óleo usado na unção dos enfermos não era o mesmo da "santa unção" (cf. Êx 30.31,32). Neste caso, a unção de homens e coisas não podia ser feita com qualquer tipo de óleo, e sim com um óleo especial chamado "azeite da santa unção" (Êx 30.31). Metaforicamente, é chamado "óleo fresco" (Sl 92.10), "óleo precioso" (Sl 133.2), "excelente óleo" (Am 6.6), "óleo de alegria" (Sl 45.7). O óleo, portanto, tomado neste sentido simboliza o ESPÍRITO SANTO como "unção especial" para os salvos em CRISTO - que quer dizer também "ungido". Em Atos 10.38, o ESPÍRITO SANTO é retratado como aquEle que consagrou a CRISTO com este tipo de unção especial: "Como DEUS ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque DEUS era com ele". E, em 1 Coríntios 1.21, Paulo afirma que quem nos capacitou para o desempenho de nossa missão foi DEUS. "O que nos ungiu é DEUS", disse o apóstolo. O ESPÍRITO SANTO, de fato, é a unção de DEUS em nossas vidas, tanto para aprender como para ensinar (Lc 4.18,19; 1 Jo 2.20,27). Sempre que alguém era ungido com óleo, as pessoas ao redor mantinham respeito e reverência. Era expressamente proibido por DEUS tocar em alguém que tivesse recebido a unção com óleo (2 Sm 1.21). O ESPÍRITO SANTO, portanto, torna-se nosso protetor, a garantia de que as forças do mal não nos tocarão.
7. Unção "E vós tendes a unção do SANTO, e sabeis tudo... e a unção que vós recebestes dele, fica em vós..." (1 Jo 2.20,27). Já tivemos a oportunidade de analisar o óleo como símbolo do ESPÍRITO SANTO. Agora, estudaremos este outro símbolo, que, evidentemente, alude à operação e influência do ESPÍRITO SANTO na vida dos crentes, ensinando as verdades mais profundas da Bíblia, ao mesmo tempo que dá a interpretação e significação de cada palavra nela inserida. A unção desempenha grande papel na vida física das raças orientais, tal como o orvalho faz reviver a verdura das colinas. Assim também a influência curadora e suavizante do ESPÍRITO SANTO soprada sobre os filhos de DEUS, nos "guiando em toda a verdade" e ensinando "todas as coisas" concernentes a DEUS e sua Palavra". 8. Fogo "E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo" (Mt 3.11). O fogo é sinal da presença de DEUS. As manifestações de DEUS algumas vezes faziam-se acompanhar pelo fogo (Êx 3.2; 13.21,22; 19.18; Dt 4.11), que tanto representa sua presença como sua glória (Ez 1.4,13), sua proteção (2 Rs 6.17), sua santidade (Dt4.24), seus juízos (Zc 13.9), sua ira (Is 66.15,16) e, finalmente, o ESPÍRITO SANTO (Mt 3.11; At 2.3; Ap 4.5). No Antigo Testamento, a ordem divina era conservar o fogo aceso diuturnamente: "O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará" (Lv 6.13) - sinal evidente da presença de DEUS no meio do seu povo. No Novo Testamento, a ordem divina é a mesma: "Não extingais o ESPÍRITO" (1 Ts 5.19). Numa outra tradução: "Não apagueis o ESPÍRITO". Em outras palavras, Paulo quer dizer que a chama do Pentecoste "deve arder em nossos corações todos os dias, até a consumação dos séculos". Fogo também pode significar batismo com o ESPÍRITO SANTO e recebimento de dons ao mesmo tempo, como no dia de pentecostes e em outras ocasiões quando recebiam o batismo e profetizavam. 9. Coluna "E o Senhor ia diante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite" (Êx 13.21,22). A coluna, seja como símbolo religioso, marco ou monumento, traz sempre a idéia de firmeza. Paulo, por exemplo, valeu-se dessa figura para representar a Igreja: "Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa; mas, se tardar, para que saibais como convém andar na casa de DEUS, que é a igreja de DEUS vivo, a coluna e a firmeza da verdade" (1 Tm 3.14,15). Como símbolo do ESPÍRITO SANTO, a coluna fala da força espiritual mediante a qual a alma será eternamente abençoada, e, sendo de natureza divina como aquela que acompanhou o povo de DEUS no deserto, serve de proteção, iluminação e orientação. O ESPÍRITO SANTO é tudo isso e muito mais, com relação à Igreja. Ele foi posto por DEUS no edifício espiritual de CRISTO, que é sua Igreja, para segurança, ornamentação e beleza. A nuvem da glória de DEUS, em dado momento, quando Israel estava em extremo perigo, "se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles... e a nuvem era escuridade para aqueles, e para estes esclarecia a noite: de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro" (Êx 14.19,20). Podemos observar nesta passagem a ação imediata de DEUS, mudando de posição a coluna que guiava o seu povo, retirando a nuvem de "diante" deles e pondo-a "atrás" deles. A manobra divina deu versatilidade à nuvem: "... era escuridade para aqueles [os egípcios], e para estes [os israelitas] esclarecia a noite". O ESPÍRITO SANTO também assumiu a posição de "divisor" da santidade que separa a Igreja do mundo, de tal maneira que durante toda a trajetória da Igreja nesta Terra, "não chegou um ao outro". A coluna de nuvem acompanhou Israel através do deserto e um dia desapareceu na fronteira de Canaã, ao atingirem a margem oriental do Jordão. O povo foi, então, orientado a espalhar-se em volta da arca da aliança, num raio de 914 metros, para contemplar mais facilmente o símbolo guia da glória de DEUS flutuando nos ombros dos sacerdotes. Agora, o povo não seguia mais a coluna de nuvem (ela havia desaparecido!), e sim a arca da aliança do Senhor. Assim também acontecerá com o ESPÍRITO SANTO, no dia do arrebatamento da Igreja. Ele terá cumprido sua missão, entregando a Noiva nos braços de CRISTO - a Arca divina. CRISTO, então, a conduzirá à sala do banquete nupcial (Ct 2.4; Mt 25.6,10) 10. Penhor "Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi DEUS, o qual nos deu também o penhor do ESPÍRITO" (2 Co 5.5). O vocábulo "penhor", do grego arrabon, significa "primeira prestação", "depósito", "garantia". Indica o pagamento de parte do preço total da compra. Esta "primeira prestação" recebida é a regeneração. O valor total será complementado com os pagamentos intermediários - a santificação - e o pagamento final - a redenção do nosso corpo (cf. Rm 1.4; 8.23; Tt 3.5). O ESPÍRITO SANTO que, mediante a Palavra de DEUS e por todos os meios da graça, nos capacita a atingir a glória eterna, transformando-nos "de glória em glória na mesma imagem, como pelo ESPÍRITO do SENHOR" (2 Co 3.18), é evidentemente a nossa garantia. 11. Selo "O qual também nos selou e deu o penhor do ESPÍRITO em nossos corações" (2 Co 1.22). O uso mais comum do selo, na antigüidade, era na autenticação de documentos, cartas, títulos de propriedade e recibos de mercadoria ou dinheiro. Após deixar a mensagem em escrita cuneiforme, o escriba pedia que o remetente e as testemunhas removessem de seus pescoços os próprios selos cilíndricos, que eram rolados sobre a argila ainda mole, servindo de assinatura. As leis romanas, por exemplo, somente aceitavam um testemunho se estivesse selado com "sete selos" e confirmado por "sete testemunhas". Nas Escrituras, o selo traduz vários significados e aplicações: GARANTIA (Gn 38.18) JURAMENTO (Jr 22.24) CONFIRMAÇÃO (Jo 6.27) JUSTIÇA E FÉ (Rm 4.11) AUTENTICIDADE (1 Co 9.2) FUNDAMENTO (2 Tm 2.19) SEGURANÇA (Mt 27.66; Ap 20.3) IRREVOGABILIDADE (Et 8.8; Dn 6.17) PROMESSA (Ef 1.13) REDENÇÃO (Ef 4.30) MISTÉRIO (Ap 5.1) VIDA (Ap 7.2) PRESERVAÇÃO (Ap 9.4) O selo, como figura do ESPÍRITO, traduz para a Igreja todas as vantagens mencionadas acima e muito mais. O ESPÍRITO SANTO sela a Igreja (Ct 4.12), a lei do Senhor (Is 8.16), o coração (Ct 8.6), a visão e a profecia (Dn 9.24) e os crentes para o dia da redenção (2 Co 1.22; Ef 1.13; 4.30; 2 Tm 2.19). Fomos selados com o selo da promessa, que nos dá a garantia de pertencermos somente a DEUS. 12. Vinho "E o vinho que alegra o coração do homem, e faz reluzir o seu rosto como o azeite, e o pão que fortalece o seu coração" (Sl 104.15). Esta figura do ESPÍRITO SANTO é pouco usada pelos escritores. Entretanto, sem dúvida alguma, também se reveste de significação especial. Para o povo hebreu, o vinho e a vinha são usados para representar a prosperidade e a bênção. Possuir uma vinha próspera era sinal evidente do favor divino. Também era considerada uma dádiva de DEUS ao homem: "E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Açor, por porta de esperança: e ali cantará como no dia da mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito" (Os 2.15). JESUS afirmou ser "a videira verdadeira", e comparou o Pai, Senhor dos homens e DEUS do Universo, a um proprietário de vinha (Jo 15.1). O fruto da vide, que é o vinho, ilustra a alegria que existe entre os salvos; o cálice fala da comunhão que temos, promovida pelo ESPÍRITO SANTO "derramado em nossos corações". Paulo cita-a como "a comunhão do ESPÍRITO SANTO" (2 Co 13.13). No dia de Pentecoste, em Jerusalém, as pessoas de fora acharam que os discípulos estavam "cheios de vinho" (At 2.13). Pedro, então, explicou-lhes que aquilo era alegria do ESPÍRITO SANTO. Em outras palavras, eles não estavam embriagados com vinho, mas cheios do ESPÍRITO SANTO!
13. Pomba "E o ESPÍRITO SANTO desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu que dizia: Tu és meu filho amado, em ti me tenho comprazido" (Lc 3.22). Dificilmente tal simbolismo seria associado a João Batista. Ele era um profeta de grande poder. Sua mensagem produzia sempre o choro, e não o riso. Era mesmo uma mensagem de arrependimento. Suas palavras, de fato, faziam doer: víboras, pedras, machado, pá, fogo, deserto, ira, fuga etc. De outro lado, porém, João Batista era meigo e cheio de compaixão. Era "cheio do ESPÍRITO SANTO, já desde o ventre de sua mãe" (Lc 1.15); entretanto, sobre ele repousava a unção divina em sua plenitude. João Batista viu o ESPÍRITO descer do céu como pomba e pousar sobre JESUS (Jo 1.32). Manso, terno, puro e inofensivo como uma pomba: assim Ele é Como pomba, o ESPÍRITO SANTO pode ser assustado ou entristecido (Ef 4.30). E, como a pomba é o símbolo universal da paz, também o ESPÍRITO SANTO promove a paz nos corações dos homens. Dizem os naturalistas que a pomba não tem fel. Assim também o ESPÍRITO SANTO - nEle não existe amargura! Alguns intérpretes opinam que o ESPÍRITO foi representado na forma "corpórea" de uma pomba pelos seguintes motivos: a. Sua ternura e apego ao homem. Que mostra como DEUS encaminha pacientemente os homens à realização de sua potencialidade espiritual. b. Sua gentileza. DEUS trata conosco de modo positivo e completo, embora com grande gentileza. c. Seu vôo gentil e a ternura para com os filhotes. O ESPÍRITO SANTO é benigno - sempre. d. Pelas virtudes singulares que representa. Por exemplo, a pureza e a inocência. Nos escritos judaicos, quando o ESPÍRITO SANTO aparece "pairando" sobre a face das águas é expressamente comparado a uma pomba. Simboliza a natureza calorosa e revivificadora da terceira Pessoa da Santíssima Trindade (Gn 1.2). INTERAÇÃO - o estudo analítico e sistemático da Bíblia Sagrada evidencia a centralidade da obra do ESPÍRITO SANTO como o agente ativo de DEUS atuando na totalidade da criação (Rm 8.18-27). Através dos títulos e símbolos do SANTO ESPÍRITO, as Escrituras Sagradas revelam a pluralidade de ação que a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade exerce na e através da Igreja. É preciso, porém, que não nos contentemos em apenas conhecê-Lo teoricamente. Precisamos buscar uma experiência real com o ESPÍRITO SANTO de DEUS e valorizarmos devidamente a sua obra, pois Ele é o agente divino que inclui o crente no Corpo de CRISTO e confirma a veracidade das Escrituras. Eis o grande segredo de os cristãos entendermos a doutrina do ESPÍRITO SANTO. OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Conhecer a pluralidade dos nomes do ESPÍRITO SANTO. Definir o que é símbolo bíblico. Saber as representações simbólicas do ESPÍRITO SANTO. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Prezado professor, reproduza, conforme suas possibilidades, o esquema abaixo. O tópico I trata sobre a pluralidade dos nomes ou títulos do ESPÍRITO SANTO. Com o auxílio do esquema, introduza o assunto mostrando os aspectos da consolação, do ensino e da promessa do ESPÍRITO SANTO. Explique aos seus alunos que a atividade e intervenção do ESPÍRITO são para todos os que o buscam perseverantemente. Os verdadeiros discípulos de CRISTO serão ensinados, consolados e abençoados por sua promessa. Boa aula!
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